terça-feira, 10 de julho de 2012

"I'm not gonna move" ele disse para mim e eu digo, agora, para ele

A vida é estranha e imprevisível. Em um dia você pode ser a pessoa mais feliz do mundo por namorar o amor da sua vida e, no outro, estar totalmente desolado e sem chão porque essa pessoa foi embora. Sem aviso prévio, sem um alerta de risco.

Hoje de manhã, no trabalho, estava ansiosa e querendo falar logo com ele. Olhava para o relógio no canto direito da tela do computador a cada dois minutos. Talvez menos. Olhei para o papel de lembretes amarelo no porta-canetas, escrevi três palavras, fiz um desenho e o colei em cima das horas que demoravam a passar ali na minha frente. Olhei e sorri. No pequeno papel dizia: "Gabriel logo logo". Embaixo de seu nome havia um coração vermelho. Convenientemente ou não, as canetas que eu tenho ali para usar são vermelhas.

Continuei olhando para aquele canto algumas vezes esperando ver as horas. Não era aquilo que eu via mais, mas em momento nenhum tive vontade de descolar aquilo dali. Era um incentivo. Por ironia do destino teria sido melhor que a hora não tivesse passado.

Rasgar a pele com coisas cortantes não dói. Fazer uma tatuagem não dói. Um roxo grande na coxa não dói. Mas perder a pessoa que você sabe que é a certa para você... Isso dói.

Houve um tempo que eu não sabia que você era a pessoa certa para mim. Você estava longe e era fácil eu me apegar a outras pessoas e acabar me apaixonando. Eu tinha quinze ou dezesseis anos, era fácil também ignorar o que estava bem na minha frente com a burrice e a imaturidade da juventude. Hoje, com vinte anos e totalmente ciente do que você é para mim e na minha vida e sem vontade nenhuma de perder o meu tempo em relacionamentos que não vão dar em nada, eu vejo como é difícil crescer, ganhar um pouco de maturidade e visão de futuro.

A vontade é de largar tudo. Não ir mais trabalhar, não ir mais estudar, não levantar mais da cama. De novo. Infelizmente eu já sei que isso não adianta nada e você tem que continuar vivendo. Mesmo porque ficar em casa deitada e olhando para o teto não vai resolver. Nem chorar. Se choro é porque a ferida sangra, mas sei que isso não vai trazer ninguém de volta.

Deixo você ir... Por mais que doa, por mais que eu queira gritar para você todos os dias e todos os segundos o quão cego você é, o quão estúpido está sendo de jogar o que também está na sua cara... Eu te deixo ir. Porque agora eu entendo. Eu também precisei ir. E eu fui e eu fingi esquecer. Doeu, eu cresci - um pouco - e eu aprendi. Doeu e entendi que eu tenho que ficar com você. Então vai, toma o seu tempo, cresce mais um pouco, sente minha falta e aprende também que ninguém no mundo vai te fazer sentir completo e em paz. Deixo você ir com a plena certeza e calma de que você vai voltar para mim. E não porque eu sou alguma coisa muito especial e melhor que as outras... Mas porque tem que ser assim. Eu e você.

Eu recolho os pedaços do meu coração que você partiu. Eu faço isso e volto para minha vida em branco e preto sem você. Eu volto para meus dias vazios e sem amor. Eu volto a ver filmes sozinha. Eu volto a ver The Big Bang Theory sabendo que a gente não está junto de novo e sabendo que eu sou igual a garota loira que procura amor nos caras errados e que você é igual o nerd baixinho que ela só vai ficar junto de novo e de vez no final. Mas que aí vai ser para sempre. Eu volto a ver O homem do futuro sozinha. Você lembra quando nós vimos algumas semanas atrás? Você lembra como você disse que era o filme que tinha a história mais parecida com a nossa? Eu gostaria que não fosse parecida na parte de ter que ficar longe de você... Eu volto para os meus fins de semana com a felicidade pela metade, ajudada a aparecer com o álcool, porque só ele me faz suportar ficar sem você e não fazer nenhuma "besteira", como você diria.

"Quanto tempo você esperaria pelo amor da sua vida?"
Para sempre.



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