sábado, 27 de março de 2010

Paranóica? Eu?

Aula de interpretação... O que discutiremos hoje?

Muito bem, Dom casmurro. O professor pergunta quem leu, eu e mais 14 pessoas levantamos a mão. Ele continua e pergunta quem acha que Capitu traiu Bentinho, 4 levantam a mão. Quem acha que ela não traiu, eu e mais 8 levantamos a mão. 9 + 4 = 15, o professor conclui.

Então ele conta a história a quem não leu e fala para não nos focarmos em Capitu, mas em Bentinho, que graças a psicologia dos dias de hoje, podemos ver que é paranóico! Alguns tem uma ideia disso, outros não.. Então ele explica:

Em primeiro lugar, Bentinho sempre achava que estavam conspirando contra ele, sempre acha que querem lhe fazer mal; Nessa hora minha amiga me cutuca e fala 'Olha, Camila, mas parece você', ela diz isso baseada num fato ocorrido no dia que eu, realmente, poderia ou não estar viajando, mas achava que tinha algo contra mim (Hahaha, a parte).

Em segundo lugar, Bentinho é extremamente ciumento com Capitu, não a deixa ir à varanda, a faz usar blusas de mangas compridas; Bom... Ciumenta eu sou, mas não me considero EXTREMAMENTE ciumenta, mas ok... 2 x 0

Em terceiro lugar, Bentinho é muito apegado ao passado (nesse momento eu penso 'FUDEU! Eu sou paranóica!'), pois sempre se liga a fatos que ocorreram no passado e bola uma história, que só aconteceu em sua cabeça, e com essa história, briga com alguém por uma situação que nem ocorreu de verdade, mas é tão persuasivo, acredita tanto no que diz que a outra pessoa também acredita nessa história e acaba achando que é louca.

Pensando nisso, comecei a analisar e vi que tenho mesmo os 3 aspectos que Bentinho tinha, mas vi que muitas pessoas na própria sala também começaram a pensar nisso e aposto que muitas também chegaram a mesma conclusão que eu.

A conclusão do debate é óbvia, todos começaram a concordar que Bentinho que havia inventado a traição de Capitu em sua cabeça, mas o mais importante acho que foi a análise própria que cada um fez de si.

E você? É paranóico?

sexta-feira, 19 de março de 2010

A menina do marca texto.

Seu caderno não tem canetas coloridas, como no da maioria das garotas. Só o amarelo fluorescente do marca texto para chamar atenção ou fazer números. Só marca texto e sempre amarelo.

Ela não segue o padrão dos outros, é diferente, e se sente segura quanto a isso. Ou ela, realmente, não se importa com isso ou faz de propósito, como forma de rebelião por um dia ter tentando muito e percebido que não dá pra ser igual a ninguém, mesmo estando nos padrões.

Ela também não se fixa a lugares... Vai descobrindo, tentando, cada dia de um jeito novo, em um lugar novo... Talvez por não ter se fixado a pessoas.

Ela fica sozinha e, por mais que tente se mostrar indiferente a isso, não consegue. Aposto que ela adoraria que alguém falasse com ela...

Ela responde às perguntas em tom alto e firme. Responde repetidamente até que alguém a escute... Sim, isso ela tenta provar, tenta provar que sabe, mesmo que a pergunta tenha sido bem estúpida. Ela quer se mostrar esperta, inteligente. Mas quando erra, aquieta-se rapidamente e finge que nunca nem abriu a boca.

Pra mim, ela é a menina do marca texto, só a menina do marca texto e das unhas de cores legais... Mesmo sabendo que isso é uma conclusão muito superficial... Ela é muito mais que isso, eu sei. Ela não sabe que é 'a garota do marca texto' pra alguém, o que me faz pensar, e eu? Sou a garota do que? A que fala demais? A que não para quieta? A que fica olhando com cara feia para as garotas conversando? Vai saber...